Todas, mais o público, esperando Godot. E no caso, esperar é mais do que
suficiente. As Loucas de Copacabana, nuas e loucas, estarrecidas e embebedadas
de balas coloridas e luz fria, vomitam palavras inúteis/úteis e ensinam como
ter prazer num simples corredor (polonês?) às duas da madrugada em pleno Café
do Teatro. E sob a sua batuta até a bunda, o pau e as bolas do Leprevost são
mais do que democráticas porque se entregam às mãos e unhas da cerveja e da
cachaça cor de ameixa. E olha que lá estavam a Nena Inoue, o Marcio Abreu, o André Coelho, o Leonardo do Galpão e muitos delírios presentes e futuros! Ai, Godot, cadê você? Miranda, cadê você? Ah! Nietzsche que
se foda! Não! Que se foda não, porque Grotowski tem mágoa e Stanislawski
perdeu-se no tempo. Improvisar é possível, digo, preciso. Mas por quê? Porque a
vida é o teatro que se substitui e amolece de malemolência e endurece de
prazer, digo tesão. Ah! Como são maravilhosas essas meninas! Que meninas? Essas
atrizes, desse espetáculo assim assim, que falam de Beckett como quem fala de
receita de bolo de laranja com cobertura de atum. Ah! Mas é que tudo pode! Tudo
pode, vírgula! Porque tem que saber poder, porra! Porque teatro não é assim,
não! Tem que saber falar, tem que saber jogar, tem que saber beijar, tem que
saber tirar a roupa e colocar, tem que saber ler, tem que saber sentar, tem que
saber fazer de conta que não sabe nada, sabendo de tudo! Até Jesus Cristo ri e
aplaude. Porque cismou de ter o bem e o mal e ficar no meio. No meio do teatro,
de Godot, de Grotowsky, da vida pessoal e da vida teatral. Escuta, que cara de
pau é essa, dona Simpatia? Ah! É o tal do teatro! Pois é e o que fazer diante
do inevitável? Aplaudir ou esperar Godot. Sabe o quê? As duas coisas, porque se
uma não diz muita coisa, a outra menos ainda. Caralho, que mulherada do
caralho! Ah! É o seguinte: elas fazem isso e aquilo e dessa e daquela maneira,
porque tem uma estrutura e elas improvisam e até fica fácil. Fácil o coisíssima
nenhuma! Vai lá fazer, quero ver se você faz! Se fizer eu me curvo e aplaudo.
Vai lá olhar nos olhos do público e inventar uma moda nova e dar conta dela!
Aí, alguém vem e diz que o Festival é uma zona e o Fringe uma zona maior ainda.
Mas uma zona divertida! Ah, isso sim! VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA é uma
peça genial com quatro atrizes incríveis e um diretor esperto! Ah! Que saco,
ficar falando talentoso, maravilhoso, lindo, etc... Ah! Vimos e amamos e basta!
E aí que quase morremos de prazer assistindo e depois bebemos demais, todos,
inclusive os “mirandas” com corredor onde peitos, bundas e etc perderam o
sentido da exclusividade e viraram festa. Todo mundo vestido, é claro! Apesar
dos protestos! A peça? Quatro atrizes e um diretor tentam encenar a obra “Esperando
Godot” de Samuel Beckett, sem sucesso. Conseguem? Não, não conseguem. Só
conseguem fazer o melhor do teatro contemporâneo. Ah! Cheguei na coisa. É isso!
Que alegria, que honra!!
ResponderExcluirMuita grata pelas palavras.
Que venham os próximos encontros, de bebedeiras, de teatro, de corredor polonês...
Cheguei no Rio com saudade de Curitiba.
Com saudades de Curitiba no Rio. Cheguei.
ResponderExcluirE como não ficar relendo esse texto?
Nosso Salvador, 'reuna-nos' novamente, por favor!
Meu coração é um balde despejado!
Vamos adiante. Um abraço enorme Delírio.
Nem sei.
Putz!!
ResponderExcluirDelícia!
Prazer imenso!
Obrigada, querido Edson Bueno, maravilhoso!
E até as próximas...
que lindo!!! muito obrigada! foi muito especial!!
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