quinta-feira, 11 de abril de 2013

UMA MULHER PARA DOIS... UM CINEMA PARA SEMPRE...!



Às vezes um suave olhar para o passado renova as nossas ideias, nos dá uma nova perspectiva para o moderno e alimenta o nosso ofício. Hoje, à tarde, resolvi, para a pesquisa da nova peça do Grupo Delírio, assistir de novo “Jules et Jim”, que meu diretor preferido (junto com Alfred Hitchcock) François Truffaut, fez em 1962, seu terceiro longa, depois do choque que foi “Os Incompreendidos” (1959) e ainda “Atirem no Pianista”(1960). Mas a revolução mesmo foi “Jules et Jim”! E eu tive a impressão de estar assistindo a um filme que ainda nem foi feito, de tão contemporâneo, de tão à frente de seu tempo! O que me apaixona em Truffaut é ele ter dedicado toda uma vida de cinema a falar do amor, mas o que me encanta em seu cinema é a suavidade, a sutileza, a fluidez das imagens, a naturalidade das emoções e a ausência do pré-clima. As coisas simplesmente acontecem. Não como na vida, mas como no cinema amoroso e às vezes doloroso de François Truffaut! E eu olho para o nosso tempo, onde tudo tem que ser tão reafirmado, tudo tem que ser tão impactante, tão esquemático ou improvisado. Não! Em Truffaut e em “Jules et Jim” o cinema é uma brincadeira de emoções perdidas que se reencontram em outro plano, em outra sequência. Jeanne Moureau cantando é uma das cenas mais belas do cinema de todos os tempos. E assistindo “Jules et Jim” eu entendi um pouco mais porque amo tanto meu terceiro diretor de cinema: Woody Allen! Porque até hoje ele faz cinema como Truffaut fazia. Com naturalidade...


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