sexta-feira, 31 de maio de 2013

CINEMA... Alguns conceitos, preceitos e preconceitos...!


Já no ultimo terço de “Faroeste Caboclo”, quando nada mais é novidade, nem segredo, para personagem nenhum e nem para o espectador, o protagonista, bandido, traficante e assassino está com a cara toda arrebentada, olho roxo, hematomas de todos os lados, fodido total, hemorragia no olho e perseguido pelo grupo traficante dos boyzinhos... Então, ele se senta na porta da sua favela com uma espingarda nas mãos... A mocinha senta-se ao seu lado e pergunta: “O que está acontecendo?”. A salvação da cena seria se ele respondesse: “Nada. Estou aqui, só esperando que chova e faça sol ao mesmo tempo, pra ver um arco-íris!” Mas ele não disse! Naquele momento eu, de verdade, não consegui evitar uma gargalhada, porque era, sim, muito engraçado. Um dos preconceitos com o cinema brasileiro é o de que não temos bons roteiristas, mas não sei... Acho que nosso problema, hoje, não é a bilheteria, isso é certo... Nosso problema é com o cinema mesmo! Nossos diretores ou vêm da publicidade ou da televisão, gente com um olhar muito objetivo com relação ao “produto” e, pelo que se vê nas telas, com pouquíssima preocupação com a linguagem cinematográfica, seus mistérios, possibilidades e as mil e uma formas de estabelecer contato com o público. Acham que tudo se resolve na edição e na pós-produção. Do ponto de vista da banalidade popular e facilmente compreensível pelo público da televisão, até acho que sim. Mas quando o assunto é cinema, cinema de verdade...! Por outro lado existem alguns conceitos que eu acho que são muito discutíveis. Um deles é o de que o cinema é imagem. Como se as pessoas não falassem! Eu vejo filmes de todas as nacionalidades e que foram feitos desde que o cinema descobriu o som e os personagens falam e muito! Reduzir o diálogo a grunhidos, expressões banais e meias palavras como acontece, por exemplo, com “Faroeste Caboclo” é abrir mão da palavra como linguagem artística, coisa que o cinema usa e abusa desde que existe! Outra coisa que se percebe (outro preconceito?) é o de que quanto maior o número de pessoas que assinam o roteiro, pior ele é. Em “Faroeste Caboclo” tem até duas pessoas que auxiliaram na construção dos diálogos. Que diálogos? Até a novela das nove tem diálogos mais elaborados! O fato é que quanto mais gente se mete num processo, mais sem personalidade ele fica, mais aguado, mais banal, mais sem alma... E até pode servir ao bilheteiro, mas ao cinema mesmo! Outro problema é quando o assunto é interpretação. Nossos cineastas acham que interpretar para o cinema é falar tudo com absoluta naturalidade e aí o que se vê é um cinema com cara de TV. Meu Deus, é só assistir a filmes do mundo inteiro, desde 1930 até 2012 e perceber que os atores interpretam sim; e na maioria das vezes sem a menor naturalidade, mas com imensa verdade! O que tem de natural Fernanda Montenegro em “Central do Brasil”? Nada. O que ela faz é uma coisa profundamente artística! Assim como Daniel Day Lewis em “Lincoln”! Ou o Moacir Franco em “O Palhaço”? Eu penso que, pela lógica de nossos cineastas, alguns filmes nunca teriam sido feitos. E só pra citar os mais modernos... “Lincoln”, “Life Of Pi”, “Hable Con Ella”, “Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias”, “Uncle Boonmee...”, “Amores Perros”, “Dogville”, “A Caça”, “Django, do Tarantino”, etc, etc, etc... 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Shyamalan entra pelos canos mais uma vez...!


Consenso crítico para o novo filme de M. Night Shyamalan, com Will Smith: “Perdidos no Espaço”. E sobram expressões tenebrosas: “Infantil”, “é o pior filme jamais feito?”,  “Grande parte dos diálogos de Will consiste em lições de vida transmitidas para o menino, e que soam como um seminário motivacional.”, “rançoso sentimentalismo de pai e filho”, “a maçã caiu muito longe da árvore”, “Mr. Smith e sua esposa, Jada Pinkett Smith, são os produtores de "Depois da Terra", o que sugere que não havia ninguém na produção que poderia realmente dizer não a ele.” Enfim... Shyamalan entrou pelos canos mais uma vez...

Um péssimo ano para Renato Russo…!


... e ele não merecia! Quando acaba “Faroeste Caboclo”, de René Sampaio e surgem os créditos, entra também Renato Russo cantando sua música que dá nome ao filme. É um alívio. Temos, finalmente, alguma coisa boa para curtir no cinema: um cantor excelente, uma música excelente e uma letra incrível! Porque o filme é ruim de doer! Pra começo de conversa tem roteiro de novela e diálogos terríveis, a isso se soma uma edição didática e lenta que chega a dar sono, além de explicar tanto, mas tanto, aquilo que estamos carecas de saber que o que resta é começar a pensar no que se vai fazer no dia seguinte até que aconteça alguma coisa nova. Nova? Não acontece absolutamente nada de novo neste filme e quando parece que vai acontecer, vem a direção e se encarrega de puxar o freio de mão. Um exercício de falta de ritmo cinematográfico que é digno de estudo. Quase no fim quando o óbvio, do óbvio, do óbvio acontece que é o tal duelo entre o bandido do mal e o bandido do bem, entra uma música a lá Enio Morricone, que  se num filme de Sergio Leone ou Quentin Tarantino soa como delicioso efeito dramático, nesse filme com cara de novela das sete, rola a comédia; e o que era pra ser dramático fica cômico. Uma pena. As interpretações? Bem, começa que onde não tem personagem, nem profundidade dramática não há a menor possibilidade de se interpretar alguma coisa, então que, por exemplo, Ísis Valverde e Fabrício Boliveira entram com uma cara e com a mesma terminam o filme. Rolam umas lágrimas aqui e uns hematomas ali pra alterar expressão, mas é só uma tentativa frustrada. A biografia de Renato (Somos Tão Jovens) já é uma bobagem e essa adaptação de sua música excepcional são dois exemplos de um cinema em cima do muro, sem graça e sem radicalidade. Filmes pequenos e que não tem nada a ver com o genial artista que os inspirou.  

Kubrick e o inferno...


Diálogo, ao telefone, entre Stanley Kubrick e Stephen King, quando Kubrick se preparava para filmar “The Shining/O Iluminado”:
KUBRICK -  Stephen, você não acha que quem conta uma história de fantasmas é, basicamente, um otimista, porque isso pressupõe a ideia de que a vida continua depois da morte.
KING – Bem, sim... vou pensar nisso, mas o que me diz você sobre o inferno?

Longa pausa.

KUBRICK -  Não. Eu não acredito no inferno.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Três grandes mulheres!!!


Quem diz é Marsha Mcreadie, crítica do Village Voice: “A escritora e filósofa Hannah Arendt é trazido à vida por um hipnotizante Barbara Sukowa no filme de Margarethe von Trotta.” Um dia cairá diante dos nossos olhos...!


O Silêncio das ovelhas...

Poster que vale a pena postar...
O SILÊNCIO DOS INOCENTES - The Silence of the lambs - (1991)
Último filme a ganhar os 05 (cinco) Oscars mais importantes:
Filme
Direção (Jonathan Demme)
Atriz (Jodie Foster)
Ator (Anthony Hopkins)
Roteiro (Ted Tally)


terça-feira, 28 de maio de 2013

Lech Walesa é um filme...!


Aos 87 anos, um Oscar Honorário (2000), uma Palma de  Ouro em Cannes por “O Homem de Ferro”(1981), um César do cinema francês por “Danton”(1983), um Globo de Ouro em  2007, por “Katyn” e 54 títulos na carreira iniciada em 1955 com o primeiro longa “Geração”, Andrzej Wajda conta a vida de Lech Walesa em seu filme perto de estrear. O fundador do sindicato Solidariedade e primeiro presidente da Polônia depois da queda do regime comunista, ganha um filme de características épicas e pelas mãos de um artista do primeiro time. Torcida!

O primeiro filme de Wajda...

domingo, 26 de maio de 2013

"Piedade pra essa gente careta e covarde..."

O Cinema Brasileiro é de uma caretice insuportável! Salve-se um cinema belíssimo e radical feito no Nordeste Brasileiro, mas que não encontra distribuição digna. Cynara Menezes publica um artigo excepcional sobre dois filmes (um bom e um ruim) que “conta” a história de dois dos maiores ídolos da Música Popular Brasileira. Um artigo que merece uma visita porque é esclarecedor e explica porque há tanto tempo estamos longe de um cinema que, de verdade, represente a cultura brasileira.



O Cinema encaretou Cazuza e Renato Russo.
Por Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, via Carta Capital

Dois ídolos, duas cinebiografias e algo em comum: a tentativa de amenizar a homossexualidade de ambos. Em cartaz nos cinemas, Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, sobre a vida de Renato Russo, comete exatamente o mesmo erro de Cazuza - O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho, de 2004. A homossexualidade assumida de Renato, assim como a de Cazuza, é transformada em uma bissexualidade que não houve em nenhum dos casos. É como se, ao apresentar os dois à juventude atual, os diretores/produtores quisessem torná-los mais palatáveis, quase “normaizinhos”, algo que tanto um quanto o outro odiariam.
Cazuza e Renato Russo se foram cedo deste mundo, vítimas da Aids: Cazuza, em 1990; Renato, em 1996. Em sua vida louca, vida breve, nenhum dos dois jamais almejou ser modelo de comportamento para ninguém. Qual é! Renato brigou do palco com um estádio inteiro, o Mané Garrincha, em 1988. Cazuza mostrava a bunda para a plateia em suas últimas apresentações. Eram autênticos, verdadeiros, viscerais. Nunca abriram mão de suas convicções e de sua loucura poética, até o último momento.
Na época em que foi lançado o filme de Cazuza, o próprio pai do cantor, João Araújo, veio a público criticar os cortes nas cenas de sexo. ”Quiseram ter muito cuidado com o lado homossexual de Cazuza. No que começaram a tomar cuidado demais, para não transparecer e para não virar filme proibido para menores, afastaram-se bastante da realidade”, disse Araújo aos repórteres Pedro Alexandre Sanches e Silvana Arantes, da Folha de S.Paulo. Parceiro de Cazuza no Barão Vermelho, Roberto Frejat estranhou o tratamento dado no filme ao amigo, que aparece transando com mulheres. “Nunca vi prática heterossexual nele. Teve, sim, mas quando não estava completamente convencido de ser gay, bem antes de me conhecer”. Sintomaticamente, Ney Matogrosso, amigo íntimo e ex-namorado de Cazuza, simplesmente desapareceu da versão final.
Com o líder do Legião Urbana a coisa foi parecida – com a diferença de que o filme sobre Cazuza é razoável, e o sobre Renato, ruim. Um desperdício, aliás, porque encontraram um ator, Thiago Mendonça, bastante semelhante a Renato Russo e com boa voz para viver o protagonista, mas o filme se perde em um roteiro fraco, digno da série Malhação se fosse feita pela Record.
Todo mundo que conviveu com Renato em Brasília sabe que ele era muito menos comportado (para dizer o mínimo) do que o garoto sensível e “família” retratado no filme. E que, apesar de ter escrito “gosto de meninos e meninas”, seus casos mais notórios sempre foram com homens. Em Somos Tão Jovens, provavelmente também para fugir da censura 18 anos, como aconteceu com o filme de Cazuza, a questão gay se transforma em algo lateral na vida de Renato e a história se centra em uma personagem feminina que nunca existiu, espécie de amiga-namorada do jovem compositor.
Pior: Renato transa com Aninha, mas não aparece beijando um homem na boca nem uma só vez no filme, como se fosse bacana para uma obra cinematográfica se pautar pelos mesmos (e condenáveis) parâmetros das novelas das nove globais. Os produtores podem até recorrer à desculpa de que o filme aborda a época anterior à fama de Renato Russo, ainda adolescente: é o “retrato do artista quando jovem”, já que o longa termina quando o Legião Urbana começa a fazer sucesso. Mas, mesmo neste período, é conhecido o fato de que o cantor já tinha um namorado fixo. Homem. Então não se trata de licença poética, mas de uma mentira contada a platéias adolescentes inteiras. Renato não tinha nada do menino pueril que aparece no filme. E era gay. Não “mais ou menos gay”. Ponto.

Para os fãs mais velhos de Renato e de Cazuza, fica na boca um gosto de traição. Por que os filmes feitos sobre os nossos ídolos precisam suavizar as biografias deles? Qual o problema em escancarar que eles tinham uma vida louca, sim, que experimentaram drogas, que bebiam e que eram felizmente gays, assumidos? Sinal dos tempos neoconservadores que vivemos? Como diria Cazuza, vamos pedir piedade, Senhor, piedade. Para essa gente careta e covarde.

Cannes.... Um prêmio!


Alguém já disse que uma premiação nem sempre reflete a mostra, mas o júri, e eu não tenho a menor dúvida disso. Ainda estou longe de assistir “La Vie D’Adéle”, o vencedor de Cannes em 2013, num júri presidido por Steven Spielberg e que tinha Nicole Kidman e Ang Lee como jurados. As críticas foram unânimes quanto à beleza e qualidade do filme dirigido por Abdellatif Kechice, que representava a França na competição. A história profunda de um amor homossexual entre duas garotas, com (segundo li) fortes cenas de sexo tinha muito a dizer ao cinema, ao mundo e à França. O debate sobre o casamento gay toma contornos radicais na França com católicos e ultraconservadores indo às ruas escancarando um reacionarismo que parecia não existir tão forte num dos países mais livres do mundo. Spielberg negou a premiação política: “Para nós, é uma grande história de amor que carrega uma mensagem muito positiva. E a propósito, as personagens não se casam". Compreensível. Se assumisse a postura, quase que seria um desrespeito com os outros realizadores. Mas a mensagem está clara e dada. Como disse Oscar Wilde, a arte, antes de ser um espelho é um véu; e Cannes em 2013 brilhou! Agora é esperar o filme chegar por aqui... 

CANNES… Cultura inútil!


O Festival de Cannes foi criado em 1946 e a Palma de Ouro começou a ser entregue ao Melhor Filme em 1955, quando "Marty", (EUA), de Delbert Mann saiu vencedor, ganhando depois também o Oscar de Melhor Filme.

De 1975 até 2012, 44 filmes levaram a Palma de Ouro. Aconteceram cinco empates:
1979
Apocalipse Now, do Coppola (EUA)
O Tambor, de Volker Schlondorff (Alemanha  Ocidental)
1980
Kagemusha, do Akira Kurosawa (Japão)
All That Jazz, do Bob Fosse (EUA)
1982
Desaparecido, Um Grande Mistério – do Costas Gavras (EUA)
Yol, de Youmaz Guney (Turquia)
1993
O Piano, de Jane Campion (Austrália)
Adeus, Minha Concubina, de Chen Kaige (China)
1997
A Enguia, de Shohei Imamura (Japão)
O Gosto da Cereja, de Abbas Kiarostami (Irã)

. Os americanos levaram 11 prêmios, ou seja, 25%!

. Nesses 27 anos, alguns diretores ganharam duas vezes:
Bille August: 1988/Pelle o Conquistador e 1992/As Melhores Intenções
Irmãos Dardenne (Bélgica), idem: 1999/Rosetta e 2005/L’Enfant
 Shoei Imamura: 1983/A Balada de Narayama e 1997/A Enguia
Emir Kusturica: 1985/Quando Papai Saiu em Viagem de Férias e 1995/Undergound
Michael Hanecke: 2009/A Fita Branca e 2012/Amor

. A França, sede do Festival, ganhou duas vezes:
1987/Sob o Sol de Satã (Murice Pialat)
2008/Entre Os Muros (Laurent Cantet)

. 1994 foi o ano em que o mundo todo ficou sabendo quem era Quentin Tarantino, que venceu com “Pulp Fiction” e virou uma página na história do cinema.

. 2004 quem ganhou foi um documentário: Fahrenheit 9/11, de Michael Moore

. Alguns vencedores já faleceram: Akira Kurosawa (1998), Bob Fosse (1987), Shoei Imamura (2006), Maurice Pialat (2003) e Theo Angelopoulos (2012)


. Eu? Dos 44 premiados só não assisti: “A Enguia”, de Shoei Imamura e “Rosetta”, dos Irmãos Dardenne; e não consigo dizer qual dos vencedores eu mais gosto, porque é uma relação mais do que respeitável de filmes excepcionais!

sábado, 25 de maio de 2013

O Azul é a cor mais quente...


Saiu o primeiro grande vencedor em Cannes... “La Vie D’Adele”,  do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, venceu o prêmio Fripesci, concedido pela crítica estrangeira. A história de amor entre duas garotas tem grandes chances de levar também a Palma de Ouro, pelo menos a de Melhor Atriz para Adèle Exarchopoulos, a grande revelação do festival ou para Léa Seydoux, do mesmo filme. Uma surpresa pode acontecer, inclusive um empate. E "O Azul é a Cor Mais Quente" é o título que o filme vai ter nos EUA. Como se chamará no Brasil? Quando eu lembro que "A Single Man", de Tom Ford recebeu aqui o título de "Direito de amar", minha imaginação vai longe... 


BUREKA...!


Em São Paulo, assistindo aos ensaios do ballet que o Bongiovanni está ensaiando com a São Paulo Cia. De Dança, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no belo Bom Retiro, num intervalo ele me leva para comer a BUREKA, na Casa Búlgara, ali perto, na Rua Silva Pinto. Uma delícia! O que é? Busco informações. Um salgado muito comum no Leste Europeu. Uma rosquinha de massa folhada que é uma delícia absurda. Tem muitas versões, eu parti para a de queijo búlgaro, enquanto o Bongiovanni encarou a de batata. Depois avancei na de batata e me apaixonei. Mas tem de carne, espinafre, berinjela, etc. A Casa Búlgara é uma portinha, mas lá dentro você encontra um tesouro de sabor único!


Cannes! Quem vai sair com as mãos cheias de prêmios?


Não tem prêmio pra todo mundo, mas dos 20 filmes inscritos na mostra competitive, oito se destacaram com grande potencial para premiações (em qualquer categoria!). Mas o que esperar de um júri tão hollywoodiano presidido por Steven Spielberg e tendo Nicole Kidman, Ang Lee e Christph Walz no grupo?

Inside Llewyn Davis, Joel e Ethan Coen
Le passé, Asghar Farhadi
Tian Zhu Ding (A touch of sin), Jia Zhangke
La vie d'Adèle, Abdellatif Kechiche
Nebraska, Alexander Payne
La grande bellezza, de Paolo Sorrentino
Behind the Candelabra, Steven Soderbergh

Only Lovers Left Alive, Jim Jarmusch

Amo Polanski!


Roman Polanski em Cannes, apresentando “Venus In Fur”, que foi muito bem recebido e comentando a sua Palma de Ouro (merecidíssima!) por “O Pianista”:

“Apresentei o filme em Cannes e voltei para Paris. No dia da premiação, meu produtor disse que eu devia voltar para cá. Achei muito estranho, porque já vivi o suficiente para saber que não sei dirigir um filme.”


Amo Polanski!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quem tem medo de arte?



Reinaldo Azevedo em seu blog na Veja publica, esta semana, um texto chamado “A arte brasileira é dependente do crack fornecido pelo estado, ou : uma questão envolvendo Gerald Thomas e Zé Celso. Ou ainda: vamos privatizar o Zé Celso!”- Bem, o assunto são as verbas públicas destinadas ao patrocínio de companhias e espetáculos teatrais. Não vou reproduzir as palavras do Reinaldo porque são longas e quem quiser que as leia (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-arte-brasileira-e-dependente-do-crack-fornecido-pelo-estado-ou-uma-questao-envolvendo-gerald-thomas-e-ze-celso-ou-ainda-vamos-privatizar-ze-celso/). Então eu penso que, de verdade, vivemos um momento seríssimo no Brasil, um divisor de águas, onde há uma clara (e poderosa!) reação contra as liberdades de expressão, de opinião, de pensamento. O cara usa os argumentos mais antigos do mundo para falar de arte e reduz o seu significado e razão de ser a mero “entendimento”, “propósito estético”, e assim por diante. Fala como se o mundo tivesse parado no tempo e não tivesse acontecido nenhum tipo de transformação em absolutamente tudo nas últimas décadas. Mas eu vou voltar à questão chave que é o apoio estatal. Oras, desde que eu me conheço por gente, tudo, absolutamente tudo, no Brasil é apoiado pelo governo. Desde asfalto, imprensa, televisão, educação, saúde, etc. Por que a cultura (no caso o teatro) tem que ficar de fora? Porque ela quer ter o pensamento livre? Porque ela não quer ficar atrelada ao voto e às ideologias? Exemplo: todo o cinema brasileiro (100%) é patrocinado pelo governo. E o que é TODO o cinema brasileiro? A maior parte é a neochanchada, atrelada à Tv Globo e às multinacionais de distribuição americanas. Comédias que não fazem nem cócegas, quanto mais arranhões! Divertidas sim (nem todas!), mas anestesiantes e bobas! O cara cria um personagem bordão metido a engraçado em uma novela (como o Giovanni do Wilker ou o Crô do Marcelo Serrado) e já pega 13 milhões do governo e faz um filmeco. E lota os multiplex! E todo mundo fica pra lá de feliz! E por que ninguém grita contra? Porque dá dinheiro na bilheteria! Porque mantém os multiplex funcionando, porque movimenta empregos, shopping centers, etc. Então se o teatro brasileiro fizesse o mesmo, nos dois sentidos (estética e bilheteria) tudo estaria nos conformes? A solução é algo como a neochanchada nos palcos? Quem acha ruim os milhares de reais dedicados à produção do musical “Shrek”, por exemplo? Ninguém. Mas contra o Oficina e o Zé Celso, há uma reação clara. Por quê? Por que privatizar o Zé Celso e manter o Crô e o Shrek estatizados? Porque no alto dos seus setenta e poucos anos continua um cavalo chucro solto na campina! Ah! Quer ser cavalo chucro e continuar a comer da alfafa? Não! Se quiser comer da alfafa tem que ser um cavalo domesticado, como por exemplo, o Gerald Thomas, que faz um teatro belíssimo, mas que não incomoda mais nada nem ninguém. Ah, mas o que incomoda no Zé Celso é a masturbação coletiva em pleno palco do Oficina? É, porque se não fosse não haveria esta gritaria toda! E não é em cima de ideias como essa, que dão origem aos Marcos Felicianos da vida, ganhando rios de dinheiro com pregações moralistas, preconceituosas e racistas? Por que um sujeito se entope de dinheiro com sua igreja e ainda assim quer ser deputado, senador ou presidente? Poder! Então que o que acontece no Brasil, hoje, é uma acirrada guerra pelo poder. Aquele que achata, tortura e mata os mais fracos e mais frágeis. Nunca vi o Zé Celso sair do Oficina para se candidatar a vereador! Por quê? Porque ele é um ARTISTA! Na mais perfeita acepção da palavra. Ué, mas você quer ser livre e patrocinar sua liberdade artística com dinheiro do estado? Esta é a frase. Porque ela diz com todas as palavras que o estado é o grande conservador, o grande reacionário, o grande censor! Se você faz uma “arte” que não é livre, que não incomoda, que não é política, que é ou pelega ou anestesiante, aí não tem nenhum problema que o estado te dê dinheiro, porque é simplesmente o óbvio e o lógico. E é facílimo perceber essa grande batalha que acontece hoje no Brasil. É só olhar a arte. Se a sua arte servir aos propósitos de qualquer governo você vai ver o dinheirinho pingando em sua conta bancária, caso contrário, vai acabar privatizado e não vai receber nem os R$ 70,00 do bolsa família! E aí você vai morrer, será enterrado e vão fazer grandes homenagens à sua “importância para a cultura nacional”. Este artigo do Reinaldo Azevedo é só uma das tantas reações, de capital, políticas e religiosas, destinas a formar um bolo suficientemente grande, capaz de achatar, domesticar ou matar as liberdades e o pensamento crítico! O assunto aqui é poder e dinheiro e estamos conversados! Tudo lobo em pele de cordeiro!  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Behind the Candelabra vai conquistando fãs entre os críticos...



Sacha Stone, do Awards Daily, assistiu no Festival de Cannes “Behind The Candelabra”, o novo filme de Steven Soderbergh, em que Michael Douglas interpreta o pianista Liberace às voltas com seu namorado mais jovem vivido por Matt Damon. Vale registrar que ele considera este o melhor filme de Soderbergh em anos (o que, na minha opinião, não é muito...!), mas também vale anotar o último parágrafo das suas sensações depois de ter visto o filme:
“O filme será lançado pela HBO na televisão, depois que foi rejeitado para distribuição nos cinemas. Soderbergh disse que ele não se importa, que ele foi produzido do modo que ele pretendia e que todos  estão felizes com o resultado. Se este filme fosse lançado nos cinemas haveria indicações ao Oscar por toda parte. Douglas poderia até mesmo vencer seu segundo. Como será lançado na TV, os Emmys é que terão que prestar as homenagens.” 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

BLUE JASMINE

Poster que vale a pena postar...
Porque afinal de contas... É o novo Woody Allen!!!


Os Reis do Verão...

Poster que vale a pena postar

A crítica Americana foi com a cara desta comédia rápida. John Anderson do “Variety” foi amoroso: “Um conto de fadas moderno que pode ganhar muitos fãs com sua absurda e cáustica visão da energia adolescente.”-


quinta-feira, 16 de maio de 2013

SAUL BASS

Poster que vale a pena postar...
A LISTA DE SCHINDLER por Saul Bass?


STAR TREK INTO DARKNESS vem aí!!!


“Star Trek Into Darkness” está chegando com tudo e já recebeu a aprovação da enjoada crítica americana. De 132 críticos, 115 foram unanimemente favoráveis, ganhando (até agora) uma classificação 87% do site rottentomatoes. E, segundo o mesmo site, dos 11 filmes feitos a partir da série de TV, apenas seis receberam classificação positiva, ou seja, “fresh tomatoes”, bem nesta ordem:
01. Star Trek (2009) – 91%
02. Star Trek – A Ira de Khan – (1982) – 86%
03. Star Trek – First Contact – (1996) – 83%
04. Star Trek IV – The Voyage Home – (1986) – 84%
05. Star Trek VI – The Undiscovered Country – (1991)  - 83%
06. Star Trek III – The Search for Spock – 1984) – 77%

O novo, até o momento, fica em segundo lugar, com seus 87% de aprovação, o que prova que J. J. Abrams manja do negócio.
Então, em homenagem ao novo, vai aí aquela que é considerada a pior cena já feita de Star Trek, nos seus tempos de televisão.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Grande Gatsby... Um frenesi?



Eu tenho a estranha sensação de que vou adorar “O Grande Gatsby”, de Baz Luhrman, com o Leonardo DiCaprio. E por uma razão muito simples: o maior massacre da crítica americana é com relação ao excesso. Tudo no filme parece ser excessivo e exagerado. Como disse o crítico Sacha Stone “tudo no filme parece mais” e a crítica queria era mais sutileza e não mais glitter. Eu adoro exageros, tenho paixão por excessos e me encanto por artificialismos. Então que talvez “O Grande Gatsby” seja um banquete para o meu paladar. Espero que seja lançado por aqui em Imax, porque aí eu acho que vou me lambuzar. E ainda tem a cereja do bolo porque apesar de todo o sarrafo, uma coisa é unânime: Leonardo DiCaprio está estupendo! Sacha Stone diz: “Grande parte dos dons do filme reside no desempenho singular de Leonardo DiCaprio como o indescritível, sonhador provocante, Jay Gatsby. DiCaprio captura algo que Robert Redford não coseguiu quando retratou Gatsby no filme de 1974”; e Ana Maria Bahiana acompanha: “Leonardo DiCaprio, absolutamente sensacional!... DiCaprio em especial está absolutamente no controle de sua persona e de seu personagem, enchendo a tela com a mistura de carisma e fragilidade que é a assinatura do verdadeiro movie star.”- Como disse o meu amigo Maurício Cidade: "Ainda há uma esperança!"


terça-feira, 14 de maio de 2013

JENNIFER LAWRENCE agora é um anjo!

Poster que vale a pena postar...
"Jogos Vorazes" era um filme muito competente, surpreendente até... e agora vem aí o dois... bem... já tem Jennifer Lawrence posando de anjo no cartaz...


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Paul Thomas Anderson inspirador...!

Poster(s) que vale a pena postar!
Que tal este poster de MAGNÓLIA, do Paul Thomas Anderson?


E este de SANGUE NEGRO, também do Paul?


E este do Boogie Nights?


sábado, 11 de maio de 2013

O Primeiro candidato ao Oscar?



Ninguém fala nada, mas eu acho que o HARRISON FORD vai ser indicado ao Oscar por sua atuação em “42”, de Brian Helgeland, que está fazendo o maior sucesso nos cinemas americanos. Já rendeu 80 milhões nas bilheterias! É filme de esporte e um que os brasileiros não fazem a mínima ideia de como funciona (baseball), então que por aqui o filme não vai pegar, mas é um estouro por lá. Dizem que é melodramático, mas e daí?

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Decepção esmagadora!



O crítico Peter Travers da “Rolling Stone” deitou a sua pá de cal sobre “O GRANDE GATSBY”, de Baz Luhrman, com Leonardo Di Caprio.

“Pode ser que haja filmes piores que “The Great Gatsby”neste verão, mas nenhum será uma decepção tão esmagadora!”

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A crítica americana torceu o nariz para O GRANDE GATSBY, de Baz Luhrmann...



Na maior parte do tempo, os atores nunca estão sincronizados com o ritmo de Baz Luhrman”- Entertainment Weekly

Em resumo, a crítica americana odiou o novo filme de Baz Luhrman com Leonardo Di Caprio! Mas vale registrar que também odiaram a filmagem de 1974, dirigida por Jack Clayton, com Robert Redford, cujo roteiro tinha adaptação de Francis Ford Coppola!

Inside Llewyn Davis... Olha os Irmãos Coen aí...!

Poster (e vídeo) que vale a pena postar
Este filme tem uma cara de que vai ser massa!!!



O MORDOMO



Saiu o trailer do novo filme de Lee Daniels (Preciosa), THE BUTLER. Sacha Stone do Awards Daily lembra de duas coisas: a primeira é que será distribuído pela Weinstein Co. o que é garantia de um olhar cuidadoso por quem dá prêmios; e o segundo é que, independente do elenco estelar até o último quadro, tem cara de ser dramalhão. Pode ser, o filme dirá. Mas vale o raciocínio de que existem teclas nas quais a arte deve sempre bater, para que a memória não esqueça. 

Forrest Whitaker

terça-feira, 7 de maio de 2013

FRUITVALE STATION

Poster que vale a pena postar...
FRUITVALE STATION, uma aposta fortíssima para as premiações de 2013!


Good Bye, Big Ray Harryhausen!!!



Pra gente como eu, que é prisioneiro da fantasia e faz dela a chave que abre a porta da prisão pra voar por um mundo além deste nosso cruel e calculista, Ray Harryhausen era um papa! Nenhum efeito especial perfeito e intocável desses nossos maravilhosos tempos digitais, conseguem me fazer sentir tão criança e tão livre quanto os bonecos movidos a stop-motion em filmes como “O Monstro do Mar Revolto/1955”, “Jasão e o Velo de Ouro/1963” ou “Fúria de Titãs"(O de 1981, fantástico!). Ray, como Disney, era um fabricante de fantasia e não realista de plantão. Não lhe interessava deixar as coisas com cara de realidade, o importante era a certeza de que o mundo mágico era a sala de cinema. O cinema que não era o “espelho da vida”, mas a criação de mundos outros, onde o impossível continuava impossível, mas era sempre mais plausível do que nunca! Eu amava Ray Harryhausen, um dos meus maiores ídolos, como Disney e Hitchcock, por exemplo! Hoje ele se foi aos 92 anos. Nunca ganhou um Oscar, exceto o especial em 1992! Mas quem precisa? Se Spielberg, James Cameron e Peter Jackson, só pra citar três dos mais importantes diretores de cinema de todos os tempos, ajoelham-se aos seus pés! Vai em paz, grande criador, o cinema deve muito a você!


BATMAN com direção de Darren Aronofsky?


Bruce Wayne é, na verdade, um sem-teto e Alfred um mecânico, que atende pelo nome de Big Al. Bruce tem a ideia de se tornar Batman depois de perfurar a testa de um criminoso com um anel contendo as iniciais de seu falecido pai, Thomas Wayne. A TW que deixa gravado na testa do bandido se assemelha a um símbolo de morcego e, portanto, Batman nasce. Sabem o que é isto? O ponto de partida de um roteiro de Darren Aronofsky & Frank Miller para um renascimento da franquia depois do fracasso horroroso de “Batmna & Robin” de Joel Schumacher. A Warner pretendia recomeçar com o tal “Batman: Ano 1”, que seria dirigido por Darren. O projeto chegou até a etapa das artes conceituais, mas não avançou porque os executivos odiaram tudo. Aí Christopher Nolan entrou na história e o resto todo mundo já sabe.  Mas a história registra as artes conceituais deste projeto abortado:



Diretamente do Movieweb.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

The Exorcist In The Rain...

Poster que vale a pena postar!
Uma brincadeira inteligente da Cinemateca Francesa!


Retratos da Real Beleza


Hoje, antes de IRON MAN 3, foi exibido um curta publicitário que me emocionou demais. Produzido pela DOVE, o documentário chama RETRATOS DA REAL BELEZA... e nem preciso dizer nada aqui... É assistir e tirar as próprias conclusões.


domingo, 5 de maio de 2013

Flô e o Palácio dos Urubús!

Da série:  “Incríveis fotos do Teatro Paranaense!”


Emílio Pitta, Odelair Rodrigues e Gô Kuster em “Flô e o Palácio dos Urubús”


AS ATRIZES...!


As cinco atrizes indicadas ao Tony por suas performances em peças de teatro... Rostos fortes, expressões poderosas...!


Laurie Metcalf, The Other Place


Amy Mortonm Who's Afraid of Virginia Woolf?




Kristine Nielsen, Vanya and Sonia and Masha and Spike



Holland Taylor, Ann


Cicely Tyson, The Trip to Bountiful