segunda-feira, 8 de abril de 2013

No último dia do Festival de Curitiba, MERYL STREEP, TONY COLETTE, PENELOPE CRUZ e FERNANDA TORRES dirigidas por XAVIER DOLAN, no Teuni…!



Todas, mais o público, esperando Godot. E no caso, esperar é mais do que suficiente. As Loucas de Copacabana, nuas e loucas, estarrecidas e embebedadas de balas coloridas e luz fria, vomitam palavras inúteis/úteis e ensinam como ter prazer num simples corredor (polonês?) às duas da madrugada em pleno Café do Teatro. E sob a sua batuta até a bunda, o pau e as bolas do Leprevost são mais do que democráticas porque se entregam às mãos e unhas da cerveja e da cachaça cor de ameixa. E olha que lá estavam a Nena Inoue, o Marcio Abreu, o André Coelho, o Leonardo do Galpão e muitos delírios presentes e futuros!  Ai, Godot, cadê você? Miranda, cadê você? Ah! Nietzsche que se foda! Não! Que se foda não, porque Grotowski tem mágoa e Stanislawski perdeu-se no tempo. Improvisar é possível, digo, preciso. Mas por quê? Porque a vida é o teatro que se substitui e amolece de malemolência e endurece de prazer, digo tesão. Ah! Como são maravilhosas essas meninas! Que meninas? Essas atrizes, desse espetáculo assim assim, que falam de Beckett como quem fala de receita de bolo de laranja com cobertura de atum. Ah! Mas é que tudo pode! Tudo pode, vírgula! Porque tem que saber poder, porra! Porque teatro não é assim, não! Tem que saber falar, tem que saber jogar, tem que saber beijar, tem que saber tirar a roupa e colocar, tem que saber ler, tem que saber sentar, tem que saber fazer de conta que não sabe nada, sabendo de tudo! Até Jesus Cristo ri e aplaude. Porque cismou de ter o bem e o mal e ficar no meio. No meio do teatro, de Godot, de Grotowsky, da vida pessoal e da vida teatral. Escuta, que cara de pau é essa, dona Simpatia? Ah! É o tal do teatro! Pois é e o que fazer diante do inevitável? Aplaudir ou esperar Godot. Sabe o quê? As duas coisas, porque se uma não diz muita coisa, a outra menos ainda. Caralho, que mulherada do caralho! Ah! É o seguinte: elas fazem isso e aquilo e dessa e daquela maneira, porque tem uma estrutura e elas improvisam e até fica fácil. Fácil o coisíssima nenhuma! Vai lá fazer, quero ver se você faz! Se fizer eu me curvo e aplaudo. Vai lá olhar nos olhos do público e inventar uma moda nova e dar conta dela! Aí, alguém vem e diz que o Festival é uma zona e o Fringe uma zona maior ainda. Mas uma zona divertida! Ah, isso sim! VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA é uma peça genial com quatro atrizes incríveis e um diretor esperto! Ah! Que saco, ficar falando talentoso, maravilhoso, lindo, etc... Ah! Vimos e amamos e basta! E aí que quase morremos de prazer assistindo e depois bebemos demais, todos, inclusive os “mirandas” com corredor onde peitos, bundas e etc perderam o sentido da exclusividade e viraram festa. Todo mundo vestido, é claro! Apesar dos protestos! A peça? Quatro atrizes e um diretor tentam encenar a obra “Esperando Godot” de Samuel Beckett, sem sucesso. Conseguem? Não, não conseguem. Só conseguem fazer o melhor do teatro contemporâneo. Ah! Cheguei na coisa. É isso!

4 comentários:

  1. Que alegria, que honra!!
    Muita grata pelas palavras.
    Que venham os próximos encontros, de bebedeiras, de teatro, de corredor polonês...
    Cheguei no Rio com saudade de Curitiba.

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  2. Com saudades de Curitiba no Rio. Cheguei.
    E como não ficar relendo esse texto?
    Nosso Salvador, 'reuna-nos' novamente, por favor!
    Meu coração é um balde despejado!
    Vamos adiante. Um abraço enorme Delírio.
    Nem sei.

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  3. Putz!!
    Delícia!
    Prazer imenso!
    Obrigada, querido Edson Bueno, maravilhoso!
    E até as próximas...

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  4. que lindo!!! muito obrigada! foi muito especial!!

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