Quando Deus e o SESC me presentearam com duas temporadas de quase três
meses pelo Nordeste brasileiro (uma vez com “Capitu” e outra com “O Evangelho
Segundo São Mateus”), uma das coisas que me chamaram mais atenção era a relação
do nordestino com a “arte”. Eu costumava dizer que tudo no nordeste era arte:
as paredes, os panos, as roupas, as estátuas, as igrejas... até as calçadas. E
então que o público e sua receptividade te dava o tempo todo a sensação de que
você, no palco, era um artista total e importante. E que aquilo que você estava
fazendo transformava o ar, alterava o tempo e iluminava qualquer espírito. Pois
me senti assim assistindo “Gonzagão – A Lenda”, escrito, dirigido e com roteiro
musical do incrível João Falcão. Ok! É a história de Luiz Gonzaga, pelos
caminhos da poesia e da música e nem é preciso falar mais. O que é preciso
falar é da arte, aquela que fala com você por lugares que nada tem a ver com
raciocínios lógicos ou arrogâncias intelectuais. É a arte popular que conversa
com nossa memória, nossa experiência viva de ser um cidadão completo de um
Brasil autêntico. A arte que vai buscar em nossas raízes a sua matéria prima. E
como João Falcão faz isso? Num exercício de elaboração inacreditavelmente
complexo e atores e músicos excepcionais! Poucas vezes assisti a um espetáculo tão
narcísico e tão completo em todos os seus elementos. Figurinos, adereços,
coreografia, luz e dramaturgia, simplesmente belos e harmônicos. Vão além do
clichê, além do folclórico, além do barroco. São elementos que não pretendem
expressar a vida e seus elementos, mas construir e desconstruir a forma e seu
conteúdo. E é então que entram em cena os atores/cantores/bailarinos. Excepcionais!
Teatro de gente, teatro de sangue, teatro de alma, teatro onde o corpo todo é
elemento de construção de cena. Numa época em que a imobilidade parece ser a
grande descoberta, João Falcão e seus selvagens atores, fazem o teatro mais
moderno que poderíamos ter. O teatro autêntico! Os atores de “Gonzagão – A Lenda”
fazem tudo e excepcionalmente bem! Só não voam, mas aí era demais! Saí do Teatro
Positivo no mais louco estado de graça! Vontade de cantar, de amar, de dançar,
de fazer mais e mais teatro! Teatro que ilumina tudo à sua volta. “Gonzagão – A
Lenda” é tão importante em todas as suas propostas e em todos os lugares que
pretende chegar e chega, que deveria ser exibido para o Brasil inteiro. E eu
fico pensando que se aqueles maravilhosos artistas conseguiram fazer os
curitibanos tirar a bunda da poltrona para se deixar levar pela música e pela
interpretação, como seria este espetáculo no Nordeste! “Gonzagão – A Lenda” é
uma explosão de arte! Viva! Viva! Viva o teatro brasileiro!!! Este espetáculo
representa tudo o que nós temos de melhor. Em todos os sentidos!
domingo, 31 de março de 2013
GONZAGÃO - A LENDA É UMA EXPLOSÃO DE ARTE!
CAIO FERNANDO ABREU para quem acredita na palavra "amor"!
Pelo face, Marcio Andrade e William Manfroi publicaram um delicioso
comentário sobre O HOMEM QUE ACREDITAVA que apresentamos no Mini-Auditório,
ainda hoje às 21 horas, segunda às 15 horas e terça-feira às 21 horas...
“Pessoal que quer se emocionar e olhar pra um espelho
da vida , ali no palco , não pode perder a peça do amigo do Sul Marcio Meneghell com textos de Caio Fernando Abreu e direção do Edson Bueno . Saudades e paixões. Heróis e poetas. Reflexões
do dia a dia de quem vê nas pessoas e companheiros o real sentido do amor e das
palavras ... ESPETÁCULO
IMPERDÍVEL!”
Era nisso mesmo que pensávamos… Emocionar!
FELICIANO é a ponta de lança da ameaça de um golpe de estado!
Zé Celso, meu guru, meu xamã, meu herói!!!
Desde que assisti a primeira peça do Zé, AS BACANTES, no Oficina e fui
seu Assistente de Direção em AS BOAS, se não me engano no Primeiro Festival de
Teatro de Curitiba, que o Zé Celso Martinez tem sido minha bússola, meu farol,
meu grilo falante... Eu o vejo, o ouço e tenho ele, sempre, como ideal de arte
e prazer! O Zé é o cara que sabe das coisas. Hoje ele publicou um desses
alertas importantíssimos em seu blog. Reproduzo aqui e assino embaixo,
gritando, berrando, implorando para que todo mundo fique alerta e não relaxe.
Eu, como ele, também acredito que uma coisa muito séria está acontecendo no
Brasil e a nossa inércia pode nos custar muito caro:
FELICIANO É A PONTA DE
LANÇA DA AMEAÇA DE UM GOLPE DE ESTADO
Todos
que trabalham com a Arte
ou
mesmo com seres humanos
e os
que se sentem mortais, humanos,
estão
putos com esta situação
na
Comissão dos Direitos Humanos
que
anuncia coisa pior:
o
Congresso agora vai votar por uma proposta-lei
dos
Evangélicos Fundamentalistas
pra
derrubar o Estado Laico Brasileiro.
Esta
ação política corresponde a um Golpe Militar no Estado Democrático Republicano
Brasileiro,
que há
mais de séculos tem sido, felizmente, um Estado Laico.
A
regressão aos estados fundamentalistas tem sido a causa de inúmeras guerras e
de situações estupradoras monstruosas dos direitos humanos em todo Planeta
Terra.
Precisamos
todos nos movimentar urgentemente para impedir este Golpe de Estado para não
sermos condenados a desumanidade das Ditaduras das Religiões Fundamentalistas.
Este
Infeliz Feliciano é a Ponta de Lança da Ameaça de Um Golpe de Estado tão
nefasto quanto o de 1964.
Além
dos artistas, nós todos, mortais humanos, que assim se aceitam
e que
não temos versão única da vida, da “verdade”,
nem
somos proprietários dela,
que
amamos a liberdade
temos
de criar juntos meios
para
que esta regressão nefasta de aprisionamento da vida aqui no Brasil não
aconteça.
É
trabalho não somente de artista, mas de todos os humanos que tem amor ao Poder
de nossa Condição Humana livre de tutela da Boçalidade Fundamentalista de uma
Verdade Única.
Zé
Dia do
meu renascimento aos 76 anos
JESUS... Qual seu filme preferido?
Henrique Irazoqui é o Jesus de Pier Paolo Pasolini
Robert Powell é o Jesus de Franco Zefirelli
Claro, tem gente que odeia todos e eu não lhes tiro a razão. São certezas estéticas e ideológicas. Mas se eu, que dirigi “O
Evangelho Segundo São Mateus”, uma adaptação do poema “O Oitavo Poema do Guardador de
Rebanhos”, de Fernando Pessoa + o próprio Evangelho de São Mateus, tenho minhas
opiniões bem claras, compreendo muito bem as dos outros. Sou daqueles que acham
que se Jesus não existiu, ainda bem que alguém o inventou para deixar ao mundo
palavras tão necessárias. “Ama a teu próximo como a ti mesmo” me parece ainda a
frase mais importante de todos os tempos em qualquer língua. Ela resolveria 90%
dos problemas da humanidade, mas é justamente porque a humanidade não consegue
vivê-la que ela é tão importante. E a história em si, do nascimento à ressurreição
foi escrita por acúmulos de gente muito poética e inteligente. Gilberto Braga
tem mágoa porque ela contém todos os ingredientes de folhetim e melodrama.
Infalível! O cinema esmerou-se e alguns filmes marcaram nossa imaginação. Sou
suspeito, então que não posso negar o meu preferido: “O Evangelho Segundo São
Mateus”, de Pier Paolo Pasolini (1964), que, parece, ele o fez em homenagem ao
Papa João 23. Toda a trajetória humanista e comunista de Pasolini está nesse
filme lindíssimo e seu Jesus, interpretado por Henrique Irazoqui, é
sublime. E depois dele, talvez o mais
católico, o mais cafona, o mais bonito, o mais quadrado: “Jesus de Nazaré”
(1977), do Franco Zefirelli. É um filme emocionante que levou a história à
dimensão do cinema clássico e sentimental italiano (embora a produção não
seja, só seu diretor!) e em terceiro lugar o mais revolucionário: das mãos do
gênio Martin Scorsese e da obra-prima de outro gênio, o escritor grego Nikos
Kazatzakis, nasceu “A Última Tentação de Cristo” (1988), um filme
indispensável. Como Fernando Pessoa em seu oitavo poema, Kazantzakis inventou o
seu Cristo e não deixou por menos, deu-lhe dimensão de arte, aquela que não é
espelho, mas véu.
Willem Dafoe é o Jesus de Martin Scorsese
Para fechar o post, a última estrofe de Fernando Pessoa, que define
tudo, inclusive a arte:
Está é a
história do meu Menino Jesus.
E por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?
E por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?
sexta-feira, 29 de março de 2013
CAIO FERNANDO ABREU é puro amor no palco do Mini-Auditório do Teatro Guaíra...
Um dia, num debate depois da apresentação de “O Evangelho Segundo São
Mateus”, acho que no Espírito Santo, a Regina Bastos disse que eu estava de bem
com a vida quando escrevi esse texto. Que era meu lado iluminado. E eu fiquei
muito orgulhoso. Estávamos viajando pelo Brasil e eu carregava embaixo do braço
uma coletânea de “Pequenas Epifanias” do Caio Fernando Abreu. Tinha que
escrever um texto para um monólogo interpretado pelo meu amigo e “puta ator”
Marcio Meneghell. Não queria adaptar um conto, não queria reafirmar a persona
desgraçadamente sofrida e underground do Caio. Sei lá o que queria! Mas aquelas
crônicas, lidas e relidas, iam grudando na minha pele e sem perceber eu ia
respirando o cara. Tinha dias que falava coisas pelas palavras dele, que
argumentava sobre a vida usando o Caio sem sequer pedir permissão. E foi tanto
Caio Fernando Abreu dia a dia, que quando sentei pra escrever “O Homem Que
Acreditava”, tudo fluiu de uma maneira que até me assustou! Juro, é um texto de
puro amor! Não é só uma homenagem a esse escritor mítico e que exaltou a paixão
e a entrega ao outro; mas um ato de amor incontrolável! E é aí que eu volto ao
que a Regina disse no debate em Vitória. Caio me deixou de bem com a vida e com
as palavras. E por isso eu amo tanto este espetáculo que ensaiei com o Marcio e
que ele foi inventando, como ator, cuidadosamente, numa elaboração de
personagem que mais pareceu espiritismo! E é tão gratificante servir de ponte
entre um artista tão intenso como Caio Fernando Abreu e uma plateia que pede
atos de amor no palco. O Marcio é tão danado que tem a medida certa deste amor.
E aqui e ali acrescenta o medo, a fúria, a indignação, a dor e a paixão. E então
que nasce uma das minhas peças mais emocionantes, porque ao dirigi-la deixei
que o Caio falasse por si só e que o Marcio fizesse o mesmo. Hoje “O Homem Que
Acreditava”estreia no Festival de Curitiba, às 21 horas no Mini Auditório. Que
orgulho tenho de tudo isso! Tenho a mais profunda certeza de que o público que
lá estiver, vai viver uma noite de paixão e emoção e vai sair do teatro
correndo pra ler tudo que puder desse extraordinário ser humano que foi Caio
Fernando Abreu! Vamos ao teatro mais e mais e mais e mais...!
CELSO CURY, NEW YORK, LUCIA, FESTIVAL, O TEMPO, ETC…
Celso Cury
Ontem à noite no hall de entrada do Teatro da Reitoria, esperando pra
assistir “A Marca da Água”, do Armazém, encontrei, ou melhor, fui encontrado,
pelo Celso Cury. Quem é o Celso Cury? Um homem de todos os teatros. Um homem a
quem o teatro brasileiro deve tanto e, principalmente, o de São Paulo. Muito da
nossa cena passou e passa pelas suas mãos e pelos seus olhos. Ele continua o
mesmo, mais maduro, como eu, mas vivo e belo com seus olhos de paz e arte. Ele
me reconheceu depois de tantos anos. Nos conhecemos pelos caminhos da Lucia
Camargo, em 1990, quando eu dirigi “New York Por Will Eisner”, para o Teatro
Guaíra e ele nos ajudou a levar o espetáculo ao Teatro Sérgio Cardoso, em São
Paulo, para uma temporada de 10 dias seguidos. Éramos uns sedentos de teatro! Em nosso abraço, eu soltei "você ainda me reconhece?" E aí que ele disse uma frase que me arrepiou, daquelas que definem um jeito de
pensar a vida, aconteça o que acontecer, e acontece: “Eu só tenho lembranças
boas!” Que bom! Em 1991, como nosso sonho de mostrar “New York Por Will Eisner”
para São Paulo, ele nos deu uma força incrível. Não teríamos ido se não fosse
sua amizade e ação. Fomos com grande dificuldade (os tempos eram outros!), mas tivemos um excelente
público naquele teatro imenso de 900 lugares! E, encontrando também a Lúcia
Camargo, o tempo fez um rodopio e, célere e violento, pousou, irônico e
engraçado à minha frente. Cá estamos todos nós, pensei, vibrando ainda pelo teatro, sonhando
ainda com os sonhos dos artistas e buscando encantos e belas ideias nos palcos.
O teatro é a nossa vida, disso não há a menor dúvida. E digo mais, é o que nos
faz ter a certeza de que tudo quanto fazemos, fizemos e faremos não é em vão.
É mais ou menos como quando nos apaixonamos por alguém. Não importa se é um bom ou
um mal ator, por exemplo (se for!)... Simplesmente nos apaixonamos. E o teatro é desse
jeito. Desde 1990 até aqui, quanta coisa excepcional vimos e fizemos, quanta coisa
equivocada, quanta coisa boba, quanta coisa linda, quanta coisa estranha....Mas
é o nosso teatro, não? O sangue que corre, bipolar, em nossas veias. Enfim... o
Festival de Curitiba tem também essa virtude, fazer com que pensemos loucamente
em nossa história. Eu costumo dizer que durante os 10 dias do Festival, os
curitibanos (artistas e público) assumem três máscaras: a falsidade, a simpatia
e a hipocrisia. Fazemos de conta que tudo é genial, queremos que todos pensem
que nossa capital é o reino da cortesia, então que aplaudimos em pé qualquer
espetáculo que venha de fora e hipócritas porque derramamos elogios fáceis sem
sequer pensar mesmo se aquela é nossa opinião e se realmente precisamos dá-la.
Mas isso é um festival, não? O momento em que entre dramas e comédias, o teatro é a grande festa em que, mesmo nas coxias somos reis e rainhas. E é também o momento de
reencontrar pessoas que foram importantíssimas em nossa carreira. E olha aí eu
voltando ao Celso Cury. Obrigado, amigo! E que bom encontrá-lo ontem! Um
beijão! E mais uma vez, obrigado!
O meu "New York Por Will Eisner", que levamos ao Teatro Sérgio Cardoso em 1991
GÊNIOS & IMBECIS
Foto de Chico Nogueira
“O artista tem que ser gênio para
alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.”
– Nelson Rodrigues
Hoje, às 21 horas e amanhã, às 12 horas são as últimas
apresentações de “CANALHAS!!!”, no Mini-Auditório do Teatro Guaíra. O universo
do artista/pensador/dramaturgo num concerto de ironias e tragédias. Ontem o
espetáculo foi emocionante!!!
Foto de Chico Nogueira
quinta-feira, 28 de março de 2013
OLHA NÓS ALI + UM BAIANO
Coquetel de abertura da Mostra Baiana do Fringe no Memorial de Curitiba: Marcelo Zulian, Renata Chemin, Edson Bueno... o baiano "puta de um ator" Talis Castro e o xodó Lucas Ribas.
UMA PIAZADA BOA DEMAIS!
Fernando Turri, Adriana Fróes e Igor Augustho... ótimos!
Quinta-feira, duas horas da tarde, Teatro. Só no Festival de Curitiba
mesmo! E fui ao Café Teatro Toucher La Lune pela primeira vez. Assistir “Peripécias
– Histórias para Crianças nem um pouco Inocentes”- Em primeiro lugar, uma
beleza o teatro. Delicado, charmoso, com um café lindo na entrada, onde tocava
Chico Buarque num toca-discos e um LP rodando. Uma delícia. E o espetáculo? Ah,
que bom! Eu penso que o começo de tudo é o conhecimento de causa. Dois piás e
uma guria, novinhos, intensos e talentosos. Fazendo teatro com as suas
inquietações e com a sua poesia muito própria, conhecidíssima por eles mesmos e
que pulsa, na boa, em cada pedaço dos seus corpos. Organicidade pura! E mais ainda, sai pela boca
com voz firme, presente, artística e, realmente, cênica! O assunto? O título
diz tudo! São as crianças e os adolescentes peitando a vida com suas lógicas
muito próprias e suas soluções, às vezes tortas, às vezes certeiras, às vezes
fantasiosas. E o que impressiona neste suave espetáculo é a absoluta
sinceridade de tudo! É lindo ver aqueles três meninos (Adriana Fróes, Igor
Augustho e Fernando Turri), muito artistas de teatro e tão jovens, de peito aberto,
dizendo o que têm vontade de dizer e, de verdade, fazendo teatro de reflexão,
teatro que quer dizer coisas (e diz!), tudo com muita inocência, humor e
inteligência. O texto é uma joia poética. Tem um fechamento emocionante que vai
em lugar de excelente dramaturgia. Uau! E ainda mais duas coisas importantes!
Direção calma, suave e consciente de ritmo e tonalidade da Éri Buhrer, além de
uma sonoplastia perfeita! Que delícia! Como me fez bem ter ido ao Touché La
Lune neste começo de tarde! Parabéns! São e serão grandes teatreiros!
BILLY WILDER is live!!!
No dia 28 de março de 2002 o cinema perdia um dos seus maiores ícones.
Aos 92 anos, Billy Wilder mandava bala num último “faid out”. Seria bobagem
descrever todos os seus filmes geniais. Um mais que outro. “Quanto Mais Quente
Melhor” é a melhor comédia de todos os tempos e “Crepúsculo dos Deuses” uma
reviravolta na ideia de cinema e uma total desconstrução do mito cinematográfico.
Billy Wilder, como Alfred Hitchcock sabia rir de si mesmo e nunca perdeu o
senso de humor, mesmo filmando o maior dos dramas. Sinal de inteligência
apuradíssima e consciência da finitude humana, da decadência inexorável dos
valores superficiais e a aposta total no poder da sedução e do amor. Olha ele aí, recebendo homenagem da AFI em 1986, ele que recebeu nada menos que 21
indicações ao Oscar entre produtor, roteirista e diretor e ganhou seis. Quer amar o cinema? Assista
filmes de Billy Wilder!
SEJAM BEM VINDOS AO TEATRO DA BAHIA!
Ontem, no Teatro José Maria Santos, o espetáculo “PÓLVORA E POESIA”, de
Alcides Nogueira, com direção de Fernando Guerreiro, abriu a “Mostra Baiana no
Fringe 2013, do Festival de Curitiba”. As mostras e curadorias diversas do
Fringe são iniciativas excepcionais, para o público e (principalmente) para os
artistas que deitam e rolam na leitura que cada Brasil faz dele mesmo e da arte
teatral. Uma delícia ouvir nossos diversos sotaques nos diversos palcos de
Curitiba. O FRINGE podia caminhar nessa direção e se tivesse sempre o apoio que
a Mostra Baiana está tendo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, a
palavra “integração” ganharia outros contornos no Festival. “PÓLVORA E POESIA”
é um texto que tenho na alma e no coração. Assisti a montagem que o Márcio
Aurélio fez em São Paulo e, quando trabalhava na Fundação Cultural de Curitiba,
trouxemos ele para ensaiar uma leitura ensaiada por uma semana inteira no
Teatro Londrina. Na época meu querido Elder Gatelly fez Rimbaud e o grande
Helio Barbosa viveu Verlaine. A montagem baiana é intensa e comprometida. Forte
e muito bem coreografada. Os atores entregam-se aos extremos, como deve ser o
bom teatro. E apresenta um menino excepcional: Talis Castro, fazendo um Rimbaud
da ponta dos dedos dos pés até o último fio de cabelo. Hoje ainda tem duas
apresentações, uma às 18h e outra às 21h. E a “Mostra Baiana” segue até o final
do festival. Muito bom!
quarta-feira, 27 de março de 2013
CANALHAS!!! - Nelson Rodrigues, estreou no Festival de Curitiba
Com a presença de muitos amigos na plateia: Regina Vogue, Áldice Lopes, Laura Haddad, Sidy Correa, Rodrigo Ferrarini, Lucas Ribas, Robyson Souza, Guilherme Fernandes, Murilo Ique e Raphael Capelazzo Barlatti, estreou hoje às 15 horas, no Mini-Auditório do Teatro Guaíra, o espetáculo CANALHAS!!! , baseado em crônicas de Nelson Rodrigues, com a Cia. da Cidade de Passo Fundo. Foi muito, muito bom. Outros dois amigos, o Chico Nogueira e o Maringas Maciel estiveram lá e fotografaram... Aí duas fotos tão lindas quanto a peça, os amigos e os fotógrafos...
Por Chico Nogueira
Por Maringas Maciel
BELA FÁTIMA ORTIZ!!!
Há quantos anos eu conheço a Fátima Ortiz? Pessoalmente há 31 anos. Ela
foi minha professora de interpretação no Curso Permanente de Teatro e dirigiu
um espetáculo chamado “Desencontros do Destino” em 1983, onde eu fazia um motorista de
taxi mais do que canastrão. Eu, não o motorista. Mas antes, já tinha assistido
coisas dela nos palcos de Curitiba, entre elas um musical belíssimo chamado “Veias
Abertas”, com a Rosy Greca. São tantos anos, tantos encontros e desencontros, tantas
histórias contadas pessoalmente e nas entrelinhas. É minha referência quando o
assunto é integridade e ética. A Fátima é um exemplo de artista comprometida,
de princípios inabaláveis quando o assunto é arte e, ainda mais longe, quando o
assunto é Teatro para Crianças ela, que com suja fé incrível no poder do teatro
ensinou a todos nós como conversar com as crianças e poetar com imagens e
palavras. Grande Fátima, grande artista, grande amiga, grande tudo! Eu que sou
meio espinhudo gosto demais quando ela está presente em alguma reunião dessas
de classe e etc. porque toda vez que me vem aquela vontade imensa de chutar uma
mesa e dizer um monte de impropriedades idiotas, lá vem a Fátima com seu
equilíbrio total colocar os sentimentos e as ideias em seus bons lugares. Bela
Fátima, bela homenagem, bela história.
PASTOR FELICIANO VAI PRA PQP!!!
Na segunda homenagem ao DIA INTERNACIONAL DO TEATRO, as duas fotos do dia: Tonico Pereira e Ricardo Blat mais Camila Amado e Fernanda Montenegro protagonizando "Feliciano, estes beijos são pra você!" -
GÊNIOS ESPERANDO GODOT...!
Em homenagem ao Dia Internacional do Teatro, Patrick Stewart é Vladimir e Ian McKellen é Estragon, em ESPERANDO GODOT, de Samuel Beckett!
TITEUF...!
TITEUF é um personagem das HQ francesas, criado pelo cartunista Philippe
Chappuis, considerado um dos 10 mais importantes do mundo. Seu personagem (e
seus amigos) são um fenômeno editorial na França (talvez comparável à Mônica,
do Maurício de Souza!) e ganhou, recentemente, um longa-metragem. No Brasil
será lançado pela Europa/Carat, não se sabe se nos cinemas ou diretamente em
DVD, mas o que se pode dizer é que o trailer é muito bonito e sensível.
terça-feira, 26 de março de 2013
ANIVERSÁRIOS !!!
Feliz aniversário, Chico Nogueira....!!!
Dia 27 de março é, antes de mais nada, o DIA INTERNACIONAL DO TEATRO,
então que todos que fazemos estamos de parabéns! Hoje vou comemorar com a
estreia da minha peça CANALHAS!!! no Mini-Guaíra, baseada em Nelson Rodrigues,
com a Cia. Da Cidade de Passo Fundo. E também assistindo PÓLVORA E POESIA, na
mostra baiana de teatro, no José Maria Santos. Rimbaud e Verlaine com sotaque e
talento baiano vai ser ótimo, tenho certeza! Mas... meu amigo Chico Nogueira
também aniversaria hoje. Não vou contar a idade porque isso é coisa que ele
conta, se quiser. Mas posso dizer que conheço esse piá há mais de 30 anos de
grandes parcerias de ator, diretor, sonoplasta, fotos e conselhos de vida. E
mais, mais, mais... Lota Moncada, aquela que é teatro da cabeça aos pés, poço de talento feminino e uma das mais encantadoras atrizes que eu conheço também faz festa hoje! Feliz aniversário Lota!!! Que os anjos do teatro iluminem a tua vida linda! E o grande Quentin Tarantino está completando 50 anos! Puxa!
É muita festa para um dia só. “Reservoir Dogs”, “Inglorious Bastards” e “Django
Unchained” são, de verdade, maravilhas. Mas nunca vou esquecer “Pulp Fiction”!
E em homenagem a tudo isso, uma das cenas mais emblemáticas do cinema da década
de 90 e uma ousadia que deu novos rumos à sétima arte. Tão forte quanto foi “Cidadão
Kane” em 1943. Feliz aniversário Teatro, Chico, Lota e Quentin!!!
“O AMOR NÃO DEIXA SOBREVIVENTES…” Nelson Rodrigues
Esta é a frase de Nelson Rodrigues que eu mais gosto! Nelson Rodrigues
me encanta! Tenho verdadeira paixão por esse sujeito e leio suas peças, seus
contos e crônicas com um prazer sempre renovado. Acho que se pudesse ficava
encenando Nelson a vida inteira. De todos os jeitos e formas. Era tudo o que
falaram dele, mas acima de todas as coisas era um HUMANISTA! Coisa rara!
CANALHAS!!! que eu dirigi em 2011 em Passo Fundo, com a Cia. Da Cidade, do meu
amigo Pieterson Duderstadt, com outros amigos: Marcio, Robson, Pedro e Maicon;
atores que pela quantidade de vida que carregam em suas bagagens/caracol,
conhecem Nelson Rodrigues desde a alma. Foi delicioso fazer esse trabalho que,
antes de mais nada, foi uma aventura, porque a adaptação não se baseia em
contos ou peças dele, mas em crônicas puras, sinceras, radicais, humanas, gritando por liberdade e amor. Um exercício
de teatro com o peito aberto e a paixão que moveu o nosso maior dramaturgo.
Amanhã CANALHAS!!! começa sua aventura pelo Festival de Curitiba com 4
apresentações no Mini-Auditório do Teatro Guaíra. Vai ser lindo e quem assistir
vai ter uma experiência de teatro como poucas!
VAI QUE DÁ CERTO...!
Não posso negar um certo mau humor com a enxurrada de filmes com cara de
programa de televisão que inundam o cinema brasileiro. O Arthur Xexéo matou a
charada lembrando que é uma tradição do brasileiro curtir seu cinema, vendo
nele um bom lugar para rir e pronto. Assim foram as chanchadas da Atlântida,
por exemplo, e mais tarde as pornochanchadas. Agora é a chanchada/TV e que sigamos
em frente. Por outro lado não deixo de comemorar o nosso cinema rivalizando com
os blockbusters americanos. “Vai Que dá Certo” com humoristas como Fabio
Porchat, Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho, estreou em 450 cinemas na última
sexta-feira e levou quase 400 mil pessoas em três dias. A 10ª posição no
ranking das maiores estreias do cinema brasileiro desde a chamada “retomada”. É
pra comemorar! E quando vejo que “A Busca”, com Wagner Moura, um filme sério e
dramático, também vai indo muito bem nas bilheterias, fico mais feliz ainda!
Mil vezes assim!!!
FERNANDA MONTENEGRO deveria ganhar um prêmio por dia!
Fernanda Montenegro
foi a grande homenageada na sétima edição do prêmio APTR, que ocorreu nesta
segunda-feira no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Rio de Janeiro.
Premiada ela disse:
“Eu só
quero dizer que eu mereço essa homenagem. Eu estou dando a cara à tapa desde
que tinha 15 anos de idade. Primeiro na rádio. Depois, em 1950, fui para o
teatro e nunca mais saí do palco. Tive meus filhos na segunda-feira
(referindo-se ao dia de folga dos profissionais de teatro). O primeiro foi
natural, mas a Fernanda (47) já veio de cesária, na segunda-feira. Meu pai foi enterrado
cedo, porque eu tinha que gravar, minha mãe foi enterrada cedo, porque eu tinha
que gravar, e a noite eu fazia espetáculo. Não tenho outra medida para a minha
vida que não seja o palco.”
O PECADO MORA AO LADO - A Foto do dia!
ALCANÇAR AS ESTRELAS! Dolores Hart, você sabe quem é?
Dolores Hart era uma estrela do cinema. Aos vinte anos era a namoradinha de Elvis
Presley em dois filmes: “A Mulher Que eu Amo/1957” e “Balada Sangrenta/1958”.
Dividiu a cena com Anna Magnani, em “A Fúria da Carne/57” e com Montgomery
Clift, em “Lonely Hearts/58”. Valia no mercado de atores de Hollywood, um
milhão e dólares, dinheiro fortíssimo na época. Estava em cartaz na Broadway há
um ano, quando resolveu virar freira beneditina e abandonou tudo, inclusive um
casamento marcado e com vestido pronto, criado e produzido por Edith Head. Ano
passado as cineastas Rebecca Cammisa e Julie Anderson dirigiram o documentário/curta,
de 37 minutos, entrevistando a, agora com 73 anos, Madre Superiora Dolores
Hart. O documentário chamado “God is The Bigger Elvis”concorreu ao Oscar
(perdeu para “Saving Face”) e é em seus poucos minutos, uma lição de amor,
meditação e paz. Assisti hoje pela manhã na HBO/Max e na suavidade e nas
revelações de Madre Dolores e suas freiras beneditinas estive o tempo todo com
os olhos marejados porque é belo ver o ser humano encontrar-se sem desrespeitar
seu corpo e sua alma. Madre Dolores fala de amor, sexo, arte, Deus e Hollywood
com tranquilidade e paixão, sem cair nunca em moralismos ou ressentimentos. É
uma mulher em paz com seu coração. E assim é esse belo filme.
ROOM 237, um ultrajante e envolvente olhar sobre “O Iluminado”, de Stanley Kubrick...
Diretamente do Movieweb...
Muitos filmes se prestam a interpretações dramáticas, mas nenhuma tão
rica e profunda como “O Iluminado”, de Stanley Kubrick. Na sala 237 de LA, o
cineasta Rodney Ascher, ouviu pessoas que desenvolveram teorias de longo
alcance e que acreditam ter decodificado os símbolos ocultos e mensagens
enterrados no filme de Stanley Kubrick, adaptado de Stephen King. Examinando cuidadosamente
o interior de “O Iluminado” para fora e para a frente e para trás, o
documentário SALA 237 tem momentos cativantes, prazer provocativo e puro. Ele
dá voz aos fãs e estudiosos que defendem essas teorias, refaz o original para
coincidir com as suas ideias e perscruta camadas de imagens de sonho para
ilustrar seus fluxos de consciência. Às vezes é ultrajante, mas é sempre
envolvente... Estreia dia 5 de abril nos EUA...
segunda-feira, 25 de março de 2013
Filme maldito de WILLIAM FRIEDKIN será relançado.
- Diretamente do FilmeB -
Comboio do medo (Sorcerer), filme que William
Friedkin realizou depois do enorme sucesso de O exorcista, será restaurado e
relançado em todas as mídias – incluindo cinema e blu ray. Com orçamento de US$
22 milhões, considerado bastante alto para a época, o longa chegou aos cinemas
em 1977, mas arrecadou apenas US$ 12 milhões nas bilheterias, praticamente encerrando
a carreira do cineasta junto aos grandes estúdios. Hoje, é cultuado pelos fãs
do cineasta. A versão restaurada de Comboio do medo deverá ter sua première
mundial no próximo Festival de Veneza, em setembro.
WRONG! - Uma vibração de Charlie Kaufman com cheiros de David Lynch!
WRONG! Uma viagem alucinógena e surrealista empreendida por um cara que perde o maior amor de sua vida: seu cachorro! A partir daí, tenta fazer com ele algum contato metafísico.... O que acontecerá?
domingo, 24 de março de 2013
Ainda sinto saudades da Hebe Camargo pelo menos uma vez por dia...
Hoje meu amigo Guilherme Almeida publicou no facebook uma singela
saudade da Hebe Camargo e eu que não podia perder a viagem disse de todo
coração que ainda sinto saudades da Hebe uma vez por dia. E o colega de face Heber Troy publicou que “Adoro
esse dvd. Dá vontade de chorar na música com a Paula Fernandes.”- Então que eu
fui buscar e não são só as duas, mas a música e a poesia belíssima do Almir
Sater: “Tocando em Frente”-
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Feliz aniversário KING KONG!
KING KONG, de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack completa 80 anos.
Há reputações quem nem o tempo, nem o CGI, nem Peter Jackson, nem Jessica Lange
e Naomi Watts, nem o Oscar de efeitos visuais conseguem arranhar! Congratulations!
ÀS VEZES É PRECISO SAIR NO TAPA...
Dia desses eu estava pronto para dormir quando, início da madrugada, o
GNT começa a exibir um documentário que me fez abandonar o sono e grudar frente
à televisão: “Stonewall Uprising/A Revolta de Stonewall”, de 2010, dirigido por
Kate Davis e David Heilbroner. Apesar do conteúdo histórico e polêmico, o filme
não estourou nas paradas, talvez até, por um certo ar sisudo que rouba-lhe a
fluidez e dá à narrativa um excessivo didatismo. Mas isso não tira a
importância do conteúdo, nem a força de narrar com depoimentos, fotos e algumas
imagens, um acontecimento que deu outro rumo às relações entre os homossexuais
e a sociedade americana. Em algum momento alguém diz uma frase importante: “às
vezes a radicalidade e o confronto são necessários!” Pode parecer um conselho
perigoso, mas o silêncio e a passividade tendem a favorecer os reacionários,
principalmente os que usam o preconceito e a ignorância como instrumento de poder
e manipulação dos corações e mentes. Em junho de 1969, como era de costume, a
polícia fez uma batida no bar gay “Stonewall” em Nova Iorque. Cansados da
humilhação, do desrespeito e da violência, os frequentadores partiram para o
confronto. Uma “guerra” que durou três dias e que obrigou a sociedade americana
a repensar os direitos humanos e equalizar o verdadeiro sentido da democracia.
O documentário surpreende ainda com revelações assustadoras do sistema
repressivo e da absoluta condição marginal a que eram obrigados os homossexuais
em seu próprio país. Vivendo um caos de
medo e susto, os homossexuais eram apenas um grupo oprimido tentando viver sua
vida nas frestas da sociedade, sempre à margem da lei, onde
um simples beijo era considerado crime. A partir do acontecimento inusitado de “Stonewall”,
um sentido de organização e política emergiu da “guerra” e então que a
sociedade americana pode dar passos à frente e, realmente, repensar sua postura
medrosa e reacionária. STONEWALL UPRISING é fortíssimo e apaixonante em sua
sinceridade e dá uma boa ideia do quanto é preciso gritar, lutar e amar para,
livremente, respirar sua própria vida.
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