Michael Fassbender vai interpretar Macbeth, o monstro assassino criado
por Shakespeare para falar sobre a ambição, o poder e a degeneração do amor, da
ética e da dignidade em nome deles. A direção será de Todd Louiso (?) e o filme
começa a ser rodado em dezembro. O cinema nos deu alguns Macbeths
interessantes. O melhor deles, na minha modestíssima opinião, é o de Orson
Welles. Welles dirige como se tudo acontecesse nas profundezas de um inferno
seco, sombrio, preto e branco e expresionista. E seu Macbeth é um doente
desgovernado, usando sua figura poderosa para ampliar a monstruosidade do
personagem. É um filme memorável! Em 1971 Roman Polanski também fez o seu.
Vivido pelo ator Jon Finch, Polanski cometeu um dos seus poucos deslizes.
Dirigiu um filme pobre de ideias e, embora banhado em sangue, fez do personagem
uma criatura sem personalidade e força. Tirou do texto de Shakespeare o seu
melhor: a mítica do mal. Polanski tem tanta piedade e tédio por Macbeth que fez
dele apenas um banana de personalidade rasa. É uma interpretação sim, mas é frágil.
Kurosawa em “Trono Manchado de Sangue” deu-lhe um caráter trágico,
introspectivo e doloroso. É melhor! E tem Toshiro Mifune que, como Welles,
abusa da força! São olhares, claro! E esta nova versão, além de ter um ator
incrível como Fassbender, traz ainda Natalie Portman como Lady Macbeth e se ela
aprendeu bem a lição de “Cisne Negro” vai destilar maldade e terror! Agora é
aguardar.
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