Pra gente como eu, que é prisioneiro da fantasia e faz dela a chave que
abre a porta da prisão pra voar por um mundo além deste nosso cruel e
calculista, Ray Harryhausen era um papa! Nenhum efeito especial perfeito e
intocável desses nossos maravilhosos tempos digitais, conseguem me fazer sentir
tão criança e tão livre quanto os bonecos movidos a stop-motion em filmes como “O
Monstro do Mar Revolto/1955”, “Jasão e o Velo de Ouro/1963” ou “Fúria de Titãs"(O de 1981, fantástico!). Ray, como Disney, era um fabricante de fantasia e não
realista de plantão. Não lhe interessava deixar as coisas com cara de
realidade, o importante era a certeza de que o mundo mágico era a sala de
cinema. O cinema que não era o “espelho da vida”, mas a criação de mundos
outros, onde o impossível continuava impossível, mas era sempre mais plausível
do que nunca! Eu amava Ray Harryhausen, um dos meus maiores ídolos, como
Disney e Hitchcock, por exemplo! Hoje ele se foi aos 92 anos. Nunca ganhou um
Oscar, exceto o especial em 1992! Mas quem precisa? Se Spielberg, James
Cameron e Peter Jackson, só pra citar três dos mais importantes diretores de
cinema de todos os tempos, ajoelham-se aos seus pés! Vai em paz, grande
criador, o cinema deve muito a você!
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