Assisti BEHIND THE CANDELABRA, o filme do Steven Soderbergh sobre a vida
íntima do pianista Liberace com seu namorado mais famoso, Scott Thorson. Soderbergh
continua Soderbergh, aquele diretor que não acredita no poder mágico do cinema
e que adora reduzir tudo a um comentário seco e burocrático, como se arte e
imaginação fossem coisas que não se completam. Mas... e nesse caso o “mas” é
determinante, aqui e ali, Soderbergh permite-se alguma emoção e sensibilidade,
dando toque de humanidade e poesia à duas vidas (Liberace e seu amante) que foram
brilhantes sob os holofotes, mas ordinárias (como de resto todas as vidas) na
intimidade. Não é nada fora do comum, nem nada que chame demais a atenção,
porque a realidade pintada por Soderbergh insiste em gritar sordidez e
patetice. Acontece que vivendo Liberace está Michael Douglas e seu amante
Scott, Matt Damon. E eles destroem. Além da mera composição e da maquiagem,
esses dois incríveis atores emprestam sentimentos contraditórios e profundos a
seus personagens de uma forma sincera, natural e definitiva. E é através deles
que Soderbergh atinge nossa alma e consegue pelos olhos desses dois apaixonados
atores fazer um filme muito especial. “Behind The Candelabra” se não se
interessa pelo grande performer que era Liberace, investiga a sua vida pessoal,
mostrando que nas coxias, seja do palco ou da vida, tudo é muito igual e
bizarro. Dá um golpe de mestre ao terminar o filme de forma brilhante, numa
sequência de grande emoção e que mostra o ator sensível que é Matt Damon. Um
filme para marcar a carreira desses dois atores, dois artistas maravilhosos:
Michael Douglas e Matt Damon!
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